Castrar ou não castrar?
Existem muitos mitos sobre a castração. Provavelmente, a mais comum: fêmeas devem ter ao menos uma ninhada antes de serem castradas, para que sejam saudáveis e felizes. Já no caso dos machos, crê-se que a castração torna o animal triste e frustrado, pois não conseguiria mais cruzar.
Todas as afirmações acima são falsas, esses são valores humanos.
A realidade é que os cães agem por instinto e estão mais sujeitos à frustração se não forem castrados. Já imaginou quantas fêmeas entraram no cio, nos últimos anos, em seu prédio ou na sua rua? Esses possíveis “parceiros” são percebidos à distância pelos animais, mas não pelos humanos. Isso significa que o seu cachorro instintivamente vai querer cruzar, às vezes durante dias seguidos, sem nunca conseguir. Isso, sim, pode gerar frustração e representar um estresse constante na vida do seu cão ou gato.
Índices
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), só no Brasil existem mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo 10 milhões de gatos e os outros 20 milhões de cães.
Os dados levantados pela OMS vão além e mostram que em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há um cachorro, sendo que 10% deles estão abandonados. Portanto, estamos diante de uma situação muito preocupante, na qual a castração pode ajudar muito. Cada casal de cães que deixa de ser castrado tem a capacidade de gerar 80 mil descendentes em apenas 10 anos
Benefícios
A castração traz ainda uma série de benefícios para nós e para a sociedade. Por exemplo, tente se lembrar: existem muitos cães de rua onde você mora? Castrar o seu cachorro é um ato de responsabilidade, pois você está não apenas prevenindo possíveis doenças, como também contribuindo para reduzir a quantidade de ninhadas indesejadas. Esses filhotes frequentemente acabam abandonados ou em situação de maus-tratos.
Em fêmeas, o procedimento diminui o risco de câncer de mama. E quanto mais cedo, melhor: 99% das cadelas castradas antes do primeiro cio não desenvolvem a doença. Já em gatas, a castração reduz as chances de câncer de mama entre 40% a 60%.
Em machos, a castração reduz a frustração sexual e a necessidade de sair em busca de “namoradas”. Ao mesmo tempo, isso diminui o risco de fugas, atropelamentos e brigas com outros machos. Reduz-se em grande escala os problemas de próstata e evita-se o câncer de testículo, que pode ser fatal.
As fêmeas não ficam mais vulneráveis a infecções uterinas graves, como a piometra, uma vez que o seu aparelho reprodutor é removido durante o procedimento. Também não entram mais no cio, poupando os tutores de lidar com o sangramento e com possíveis cães de rua importunando no portão. Cães e gatos machos sentem menos necessidade de marcar o seu território com urina.
Seu animal de estimação também pode ficar mais dócil, facilitando a interação e reduzindo situações problemáticas – especialmente entre os que tinham comportamento agressivo antes.